O primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, 43, se prepara há sete anos para a "Missão Centenário", que terá início nesta quarta-feira e o levará até a ISS (sigla em inglês para Estação Espacial Internacional). A escolha do brasileiro, anunciada em junho de 1998, foi feita pela AEB (Agência Espacial Brasileira) e pela Nasa (Agência Espacial Norte-americana).
Depois de divulgada a escolha, o tenente-coronel da Força Aérea Brasileira nascido em Bauru (SP) se mudou para Houston (Texas, EUA) com a mulher, Fátima, e os dois filhos, hoje adolescentes. Ele realizou um treinamento de dois anos no Johnson Space Center e, em dezembro de 2000, foi declarado astronauta pela Nasa.
Antes de ter qualquer experiência com vôos --"a confirmação de que eu estava no caminho certo", como define--, Pontes exerceu a função de auxiliar de eletricista durante um curso de profissionalização do Senai. "Comecei a trabalhar aos 14 anos para ajudar a pagar minhas despesas com educação. Queria aprender, mas estudar custa dinheiro", lembra o astronauta.
No ar
Sua carreira na aviação teve início em 1981, quando ele entrou na AFA (Academia da Força Aérea), em Pirassununga (SP). Para iniciar o curso na academia, onde se formou piloto militar em 1984, Pontes contou com a ajuda de professores do colégio público onde havia estudado --sem dinheiro para um curso preparatório, ele tirava dúvidas e usava o material destes professores.
Depois da AFA, continuou seus estudos em diversas instituições brasileiras, como Gite (Grupo de Instrução Tática e Especializada), Base Aérea de Santa Maria, Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes), ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e Unifa (Universidade da Força Aérea). No exterior, além de ter estudado no Johnson Space Center, passou também pela Naval Postgraduate School, na Califórnia.
Nas semanas que antecederam a missão que o leva para a ISS, Pontes realizou um treinamento intensivo no centro Yuri Gagarin, na Rússia, também conhecido como Cidade das Estrelas. Como parte desta rotina, o astronauta fez testes de sobrevivência em ambientes adversos, utilizou o traje espacial pressurizado em uma câmara sem ar participou de uma sessão de vôos parabólicos --uma queda livre do avião por alguns segundos, para que os ocupantes tenham a sensação de ausência de peso.
Por conta destes 25 anos de estudo, o astronauta brasileiro treinado pela Nasa também recebe os títulos de mestre em engenharia de sistemas, engenheiro aeronáutico, piloto de provas, piloto militar e oficial de segurança de vôo.
Fontes -
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcos_Pontes
http://www.marcospontes.net/
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u709.jhtm
sexta-feira, 25 de março de 2011
Astrônomos: os que fizeram história !
Uma série de pequenas biografias dos principais nomes que ajudaram a construir a ciência dos astros. Todos eles já nos deixaram, mas suas vidas e obras serão lembradas enquanto existirem olhos humanos a contemplar o firmamento.
Charles Messier
Seus cadernos estavam repletos de anotações sobre manchas solares,
cometas e até observações meteorológicas, mas o que o tornaria famoso
seria seu catálogo de objetos difusos.
Percival Lowell
Obcecado pelo planeta Marte, Lowell deixou grandes contribuições para
o nosso conhecimento da natureza e da evolução dos planetas.
Edmond Halley
Quando pensamos nele, lembramos do cometa preferido da humanidade.
Mas suas observações se estenderam além da Astronomia, em campos
como o magnetismo, a propagação do calor, a luz e a aerodinâmica.
Christian Huygens
Ele revelou a natureza dos anéis de Saturno e Titã, uma das maiores luas
do Sistema Solar. Interessou-se por óptica e mecânica, enunciou a lei do
pêndulo e envolveu-se numa grande polêmica com Isaac Newton.
Edwin Hubble
Advogado de formação, sua dedicação à Astronomia lhe roubou mais
tempo que a carreira legal. Mas ao contrário do que muitos pensam,
jamais definiu uma teoria sobre a expansão do Universo.
Hiparco
Introduziu o conceito de grandeza, associado ao brilho das estrelas,
e a ele se atribui a descoberta da precessão dos equinócios. Mas a
verdade é que para Hiparco a Terra era imóvel.
Giovanni Cassini
Criou um mapa da Lua quase tridimensional, mediu a distância de Marte,
descobriu a Mancha Vermelha de Júpiter, luas em Saturno e a estreita falha
em seus anéis. Seus resultados ajudaram no cálculo da velocidade da luz.
Johannes Kepler
Seus estudos sobre Marte resultaram nas 3 Leis do Movimento
Planetário. Sua vida assinala o surgimento da ciência moderna, fruto
da teoria e observação. Seu espírito sonhador nunca descansou.
Thyco Brahe
Possuía as observações astronômicas mais precisas do mundo. Resultado
de 35 anos devotados à observação do céu antes da invenção do telescópio.
Nicolau Copérnico
Considerado o pai da Astronomia moderna, sua obra foi o alicerce no
qual se apoiaram outros grandes pensadores da humanidade.
Galileu Galilei
Foi condenado por criticar abertamente a física aristotélica e o sistema
geocêntrico de Ptolomeu, mas não foi preso nem torturado. Sua
importância vai muito além do histórico confronto com a Inquisição.
Carl Sagan
Sua memória traz a admiração, emoção e alegria de aprender ciência.
Teve o privilégio de estudar numa época em que o status de professor
universitário não tinha relação com o número de artigos publicados.
Charles Messier
Seus cadernos estavam repletos de anotações sobre manchas solares,
cometas e até observações meteorológicas, mas o que o tornaria famoso
seria seu catálogo de objetos difusos.
Percival Lowell
Obcecado pelo planeta Marte, Lowell deixou grandes contribuições para
o nosso conhecimento da natureza e da evolução dos planetas.
Edmond Halley
Quando pensamos nele, lembramos do cometa preferido da humanidade.
Mas suas observações se estenderam além da Astronomia, em campos
como o magnetismo, a propagação do calor, a luz e a aerodinâmica.
Christian Huygens
Ele revelou a natureza dos anéis de Saturno e Titã, uma das maiores luas
do Sistema Solar. Interessou-se por óptica e mecânica, enunciou a lei do
pêndulo e envolveu-se numa grande polêmica com Isaac Newton.
Edwin Hubble
Advogado de formação, sua dedicação à Astronomia lhe roubou mais
tempo que a carreira legal. Mas ao contrário do que muitos pensam,
jamais definiu uma teoria sobre a expansão do Universo.
Hiparco
Introduziu o conceito de grandeza, associado ao brilho das estrelas,
e a ele se atribui a descoberta da precessão dos equinócios. Mas a
verdade é que para Hiparco a Terra era imóvel.
Giovanni Cassini
Criou um mapa da Lua quase tridimensional, mediu a distância de Marte,
descobriu a Mancha Vermelha de Júpiter, luas em Saturno e a estreita falha
em seus anéis. Seus resultados ajudaram no cálculo da velocidade da luz.
Johannes Kepler
Seus estudos sobre Marte resultaram nas 3 Leis do Movimento
Planetário. Sua vida assinala o surgimento da ciência moderna, fruto
da teoria e observação. Seu espírito sonhador nunca descansou.
Thyco Brahe
Possuía as observações astronômicas mais precisas do mundo. Resultado
de 35 anos devotados à observação do céu antes da invenção do telescópio.
Nicolau Copérnico
Considerado o pai da Astronomia moderna, sua obra foi o alicerce no
qual se apoiaram outros grandes pensadores da humanidade.
Galileu Galilei
Foi condenado por criticar abertamente a física aristotélica e o sistema
geocêntrico de Ptolomeu, mas não foi preso nem torturado. Sua
importância vai muito além do histórico confronto com a Inquisição.
Carl Sagan
Sua memória traz a admiração, emoção e alegria de aprender ciência.
Teve o privilégio de estudar numa época em que o status de professor
universitário não tinha relação com o número de artigos publicados.
quinta-feira, 17 de março de 2011
Máterias escuras.
O que é ?
A matéria escura é matéria que não emite luz e por isso não pode ser observada diretamente, mas cuja existência é inferida pela sua influência gravitacional na matéria luminosa, ou prevista por certas teorias. Por exemplo, os astrônomos acreditam que as regiões mais exteriores das galáxias, incluindo a Via_Láctea, têm de possuir matéria escura devido às observações do movimento das estrelas. A Teoria Inflacionária do Universo prevê que o Universo tem uma densidade elevada, o que só pode ser verdade se existir matéria escura. Não se sabe ao certo o que constitui a matéria escura:
poderão ser partículas subatômicas,
buracos negros,
estrelas de muito baixa luminosidade,
ou mesmo uma combinação de vários destes ou outros objetos.
As observações de sistemas astrofísicos que indicam a existência de matéria escura são diversas e muitas vezes baseadas em técnicas experimentais diferentes. São exemplos clássicos dessas observações: as curvas de rotação planas de galáxias, a aplicação do teorema do virial a aglomerados de galáxias e a análise das anisotropias da radiação cósmica de fundo.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria_escura
http://ciencia.hsw.uol.com.br/materia-negra.htm
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010130060823
A matéria escura é matéria que não emite luz e por isso não pode ser observada diretamente, mas cuja existência é inferida pela sua influência gravitacional na matéria luminosa, ou prevista por certas teorias. Por exemplo, os astrônomos acreditam que as regiões mais exteriores das galáxias, incluindo a Via_Láctea, têm de possuir matéria escura devido às observações do movimento das estrelas. A Teoria Inflacionária do Universo prevê que o Universo tem uma densidade elevada, o que só pode ser verdade se existir matéria escura. Não se sabe ao certo o que constitui a matéria escura:
poderão ser partículas subatômicas,
buracos negros,
estrelas de muito baixa luminosidade,
ou mesmo uma combinação de vários destes ou outros objetos.
As observações de sistemas astrofísicos que indicam a existência de matéria escura são diversas e muitas vezes baseadas em técnicas experimentais diferentes. São exemplos clássicos dessas observações: as curvas de rotação planas de galáxias, a aplicação do teorema do virial a aglomerados de galáxias e a análise das anisotropias da radiação cósmica de fundo.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria_escura
http://ciencia.hsw.uol.com.br/materia-negra.htm
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010130060823
Buracos Negros.
O que é ?
É uma região do espaço da qual nada, nem mesmo a luz, pode escapar. Este é o resultado da deformação do espaço-tempo causada por uma fonte altamente massiva e compacta. Um buraco negro é limitado pela superfície denominada horizonte de eventos, que marca a região a partir da qual não se pode mais voltar.
Velocidade de escape, do que se trata ?
Se atirarmos uma pedra para cima ela "sobe" e depois "desce", certo?
Errado!
Se atirarmos um corpo qualquer para cima com uma velocidade "muito" grande, esse corpo "sobe" e se livra do campo gravitacional da Terra, não mais "retornando" ao nosso planeta.
A velocidade mínima para isso acontecer é chamada de velocidade de escape. A velocidade de escape na superfície da Terra é 40.320 Km/h. Na superfície da Lua, onde a gravidade é mais fraca, é 8.568 Km/h, e na superfície gasosa do gigantesco Júpiter é 214.200 Km/h.
A velocidade da luz é aproximadamente 1.080.000.000 Km/h. Um buraco negro é um corpo que produz um campo gravitacional forte o suficiente para ter velocidade de escape superior à velocidade da luz.
Buracos negros super massivos:
Um buraco negro supermassivo é uma classe de buracos negros encontrados principalmente no centro das galáxias. Ao contrário dos buracos negros estelares que são originados a partir da evolução de estrelas massivas, os buracos negros supermassivos foram formados por imensas nuvens de gás ou por aglomerados de milhões de estrelas que colapsaram sobre a sua própria gravidade quando o universo ainda era bem mais jovem e denso.
Os buracos negros supermassivos possuem uma massa milhões ou até bilhões de vezes maior que a massa do Sol. A maioria dos buracos negros supermassivos já catalogados estão em forte atividade, ou seja, continuam atraindo matéria para si, aumentando ainda mais a sua massa.
Buracos negros estelares:
Um buraco negro estelar é um buraco negro formado pelo colapso gravitacional de uma estrela massiva (mais de 8 massas solares) ao final de seu tempo de vida (entendido isso como suas reações de fusão estelares). O processo é observado como uma explosão de supernova ou uma explosão de raios gama. Este buraco negro irá ter uma massa de mais de 3 massas solares. O corpo celeste proposto como maior buraco negro estelar que se conhece (até o ano de 2001) possui 14 massas solares.
Detecção dos buracos negros:
Uma vez que nada sai de um buraco negro, nada de um buraco negro chega até nós. Resta-nos então observá-lo indiretamente, através de sua ação sobre sua vizinhança. "Vemos" um buraco negro observando "coisas" que o rodeiam sob a ação do seu campo gravitacional ou então que "caem" em sua direção, também sob a ação desse mesmo campo gravitacional.
A velocidade com que a matéria, a uma determinada distância de um corpo, o orbita, é proporcional à gravidade desse corpo. Mesmo sem vermos o corpo central podemos saber qual a sua massa se virmos e medirmos a velocidade de nuvens de gás e poeira que o orbitam, por exemplo.
Uma outra situação: se sob a ação da gravidade do corpo central, matéria "cai" em direção a ele, esse material enquanto vai "caindo" vai se comprimindo; por se comprimir vai se esquentando, e quanto mais quente fica, mais irradia... Também nesse caso, se medimos essa radiação, obtemos informações sobre o corpo central.
Fontes :
http://ciencia.hsw.uol.com.br/buracos-negros.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco_negro
http://www.zenite.nu/
http://www.if.ufrgs.br/~thaisa/bn/
É uma região do espaço da qual nada, nem mesmo a luz, pode escapar. Este é o resultado da deformação do espaço-tempo causada por uma fonte altamente massiva e compacta. Um buraco negro é limitado pela superfície denominada horizonte de eventos, que marca a região a partir da qual não se pode mais voltar.
Velocidade de escape, do que se trata ?
Se atirarmos uma pedra para cima ela "sobe" e depois "desce", certo?
Errado!
Se atirarmos um corpo qualquer para cima com uma velocidade "muito" grande, esse corpo "sobe" e se livra do campo gravitacional da Terra, não mais "retornando" ao nosso planeta.
A velocidade mínima para isso acontecer é chamada de velocidade de escape. A velocidade de escape na superfície da Terra é 40.320 Km/h. Na superfície da Lua, onde a gravidade é mais fraca, é 8.568 Km/h, e na superfície gasosa do gigantesco Júpiter é 214.200 Km/h.
A velocidade da luz é aproximadamente 1.080.000.000 Km/h. Um buraco negro é um corpo que produz um campo gravitacional forte o suficiente para ter velocidade de escape superior à velocidade da luz.
Buracos negros super massivos:
Um buraco negro supermassivo é uma classe de buracos negros encontrados principalmente no centro das galáxias. Ao contrário dos buracos negros estelares que são originados a partir da evolução de estrelas massivas, os buracos negros supermassivos foram formados por imensas nuvens de gás ou por aglomerados de milhões de estrelas que colapsaram sobre a sua própria gravidade quando o universo ainda era bem mais jovem e denso.
Os buracos negros supermassivos possuem uma massa milhões ou até bilhões de vezes maior que a massa do Sol. A maioria dos buracos negros supermassivos já catalogados estão em forte atividade, ou seja, continuam atraindo matéria para si, aumentando ainda mais a sua massa.
Buracos negros estelares:
Um buraco negro estelar é um buraco negro formado pelo colapso gravitacional de uma estrela massiva (mais de 8 massas solares) ao final de seu tempo de vida (entendido isso como suas reações de fusão estelares). O processo é observado como uma explosão de supernova ou uma explosão de raios gama. Este buraco negro irá ter uma massa de mais de 3 massas solares. O corpo celeste proposto como maior buraco negro estelar que se conhece (até o ano de 2001) possui 14 massas solares.
Detecção dos buracos negros:
Uma vez que nada sai de um buraco negro, nada de um buraco negro chega até nós. Resta-nos então observá-lo indiretamente, através de sua ação sobre sua vizinhança. "Vemos" um buraco negro observando "coisas" que o rodeiam sob a ação do seu campo gravitacional ou então que "caem" em sua direção, também sob a ação desse mesmo campo gravitacional.
A velocidade com que a matéria, a uma determinada distância de um corpo, o orbita, é proporcional à gravidade desse corpo. Mesmo sem vermos o corpo central podemos saber qual a sua massa se virmos e medirmos a velocidade de nuvens de gás e poeira que o orbitam, por exemplo.
Uma outra situação: se sob a ação da gravidade do corpo central, matéria "cai" em direção a ele, esse material enquanto vai "caindo" vai se comprimindo; por se comprimir vai se esquentando, e quanto mais quente fica, mais irradia... Também nesse caso, se medimos essa radiação, obtemos informações sobre o corpo central.
Fontes :
http://ciencia.hsw.uol.com.br/buracos-negros.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco_negro
http://www.zenite.nu/
http://www.if.ufrgs.br/~thaisa/bn/
quinta-feira, 3 de março de 2011
Conflitos Energéticos.
O diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, disse que o grupo vencedor de Jirau pode fazer mudanças no projeto, desde que não piore as condições energéticas nem ambientais da usina. Empresas ameaçam brigar na Justiça, índio ataca engenheiro da Eletrobrás a facão, ministros se desentendem. Há sempre confusão quando se pensa em construir hidrelétricas na Amazônia.
Todos os novos grandes projetos de geração hidrelétrica estão na Amazônia. Cada um deles levanta uma coleção de dilemas. O leilão de Jirau foi um sucesso, mas o grupo perdedor acha que foi lesado. Já Belo Monte teve mais um lance dramático de uma longa história de conflitos.
O impacto causado por uma hidrelétrica começa bem antes do leilão ou da obra. Só o seu anúncio já atrai migrantes em busca de trabalho, grilagem de terra, especulação. O segundo impacto vem da própria construção do lago e da usina. No caso da Amazônia, região plana, normalmente é preciso fazer grandes lagos, o que significa destruição de muita floresta. Em Tucuruí, por exemplo, não houve resgate da floresta. A conseqüência foi uma enorme emissão de metano, mais danosa que a de carbono, através do lago. O terceiro grande impacto é após concluída a usina, pois quem participou da obra fica no local e se formam pólos sem planejamento.
Não é desta semana que as hidrelétricas do Rio Madeira causam polêmica. Na segunda-feira, foi feito o leilão da segunda delas, a de Jirau. O resultado teve o surpreendente preço de R$ 71 MW/h, com mudanças no projeto, e a polêmica foi ontem notícia na coluna de Flávia Oliveira: Odebrecht e Furnas, do consórcio perdedor, estão questionando a mudança do projeto e uma consulta prévia à Aneel, vista como ataque à isonomia.
Segundo o consórcio Energia Sustentável, que tem como majoritária a Suez, empresa de capital aberto lá fora que se fundiu a estatal GDF, o preço foi garantido porque eles conseguiram reduzir o custo dos R$ 12 bilhões iniciais para R$ 9 bi. Para tanto, eles mudaram em 9 quilômetros a localização da usina (uma economia de R$ 1 bilhão), fizeram uma boa negociação com a construtora (aliás, sócia também) e conseguiram equipamentos mais baratos, que devem vir da Coréia. A antecipação na entrega da obra é outro dos trunfos. O consórcio vencedor garante que não vai diminuir o investimento em meio ambiente e diz que um aumento de cerca de 10 km· no alagamento é melhor que a retirada de rochas que se faria de acordo com o projeto anterior.
– Agora levaremos esse projeto para aprovação da Aneel e do Ibama, para ver se é necessário ajuste. O EIA-Rima foi feito para o trecho Porto Velho–Abunã, então podíamos, sim, fazer a modificação, que diminuiu o impacto ambiental também – afirma Victor Paranhos, presidente do consórcio da Suez.
Irineu Meireles, líder do consórcio Jirau Energia, da dupla Odebrecht-Furnas, diz que é normal que se façam “projetos alternativos, um pouco mais à direita ou à esquerda”. No entanto, segundo ele, 9 quilômetros já seria muito, podendo causar impacto no reservatório e até a necessidade de novos estudos ambientais, não só para Jirau, mas também para Santo Antonio.
O diretor da Aneel ainda não recebeu o projeto.
– Não sei se a proposta tem algum pecado. Se não piorar as condições energética e ambiental, não há problema. Mas o edital não foi ferido. Não pode mudar a cota da barragem, ou seja, sua altura; assim como a energia assegurada.
Por ora, o grupo Odebrecht-Furnas não tem o que fazer na prática, porque qualquer contestação na Aneel só é possível depois que o consórcio vencedor entregar seu projeto, e o prazo para isso é janeiro. Mas certamente essa história ainda terá novos capítulos, afinal são muitos bilhões no negócio.
Enquanto a polêmica se dava entre os construtores, outra hidrelétrica amazônica era razão de conflito. Em plena audiência pública, um engenheiro da Eletrobrás foi atacado a facão por um índio. A inaceitável atitude aconteceu em torno de uma das mais polêmicas obras programadas na região: a hidrelétrica de Belo Monte, antiga Kararaô.
Essa usina começou a ser pensada nos anos 70. Na década seguinte, Eletronorte e Camargo Corrêa iniciaram os estudos de viabilidade dela e da usina de Babaquara. Babaquara foi logo abandonada; quem conhece o projeto diz que ele era “horroroso” do ponto de vista da inundação e Belo Monte não ficava atrás. Inicialmente, ela secava uma enorme parte do leito do rio. Hoje está sendo concluído o inventário do Rio Xingu. Há a opção de fazer só Belo Monte ou também outras quatro usinas. Kelman garante que, em nenhuma das duas hipóteses, serão inundadas terras indígenas. Pelo projeto atual o alagamento é de 400 km·, 10% do lago de Sobradinho.
Paulo Adário, do Greenpeace, é contra grandes obras na Amazônia e está assustado as novidades:
– Minha sensação é que, em pouco mais de uma semana, mudei de planeta. Estávamos falando de desenvolvimento com sustentabilidade, preocupação com a floresta e, de repente, mudou tudo.
Os conflitos vão continuar e o grande dilema é: o país precisa de mais energia, mas tem também que preservar a floresta.
Fontes - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/3/14/o-tabu-das-hidreletricas-na-amazonia
http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2011/02/23/hidreletricas-do-rio-madeira-puxam-desmatamento-na-amazonia/
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI197705-15223,00.html
Revista Veja - edição 2118.
Todos os novos grandes projetos de geração hidrelétrica estão na Amazônia. Cada um deles levanta uma coleção de dilemas. O leilão de Jirau foi um sucesso, mas o grupo perdedor acha que foi lesado. Já Belo Monte teve mais um lance dramático de uma longa história de conflitos.
O impacto causado por uma hidrelétrica começa bem antes do leilão ou da obra. Só o seu anúncio já atrai migrantes em busca de trabalho, grilagem de terra, especulação. O segundo impacto vem da própria construção do lago e da usina. No caso da Amazônia, região plana, normalmente é preciso fazer grandes lagos, o que significa destruição de muita floresta. Em Tucuruí, por exemplo, não houve resgate da floresta. A conseqüência foi uma enorme emissão de metano, mais danosa que a de carbono, através do lago. O terceiro grande impacto é após concluída a usina, pois quem participou da obra fica no local e se formam pólos sem planejamento.
Não é desta semana que as hidrelétricas do Rio Madeira causam polêmica. Na segunda-feira, foi feito o leilão da segunda delas, a de Jirau. O resultado teve o surpreendente preço de R$ 71 MW/h, com mudanças no projeto, e a polêmica foi ontem notícia na coluna de Flávia Oliveira: Odebrecht e Furnas, do consórcio perdedor, estão questionando a mudança do projeto e uma consulta prévia à Aneel, vista como ataque à isonomia.
Segundo o consórcio Energia Sustentável, que tem como majoritária a Suez, empresa de capital aberto lá fora que se fundiu a estatal GDF, o preço foi garantido porque eles conseguiram reduzir o custo dos R$ 12 bilhões iniciais para R$ 9 bi. Para tanto, eles mudaram em 9 quilômetros a localização da usina (uma economia de R$ 1 bilhão), fizeram uma boa negociação com a construtora (aliás, sócia também) e conseguiram equipamentos mais baratos, que devem vir da Coréia. A antecipação na entrega da obra é outro dos trunfos. O consórcio vencedor garante que não vai diminuir o investimento em meio ambiente e diz que um aumento de cerca de 10 km· no alagamento é melhor que a retirada de rochas que se faria de acordo com o projeto anterior.
– Agora levaremos esse projeto para aprovação da Aneel e do Ibama, para ver se é necessário ajuste. O EIA-Rima foi feito para o trecho Porto Velho–Abunã, então podíamos, sim, fazer a modificação, que diminuiu o impacto ambiental também – afirma Victor Paranhos, presidente do consórcio da Suez.
Irineu Meireles, líder do consórcio Jirau Energia, da dupla Odebrecht-Furnas, diz que é normal que se façam “projetos alternativos, um pouco mais à direita ou à esquerda”. No entanto, segundo ele, 9 quilômetros já seria muito, podendo causar impacto no reservatório e até a necessidade de novos estudos ambientais, não só para Jirau, mas também para Santo Antonio.
O diretor da Aneel ainda não recebeu o projeto.
– Não sei se a proposta tem algum pecado. Se não piorar as condições energética e ambiental, não há problema. Mas o edital não foi ferido. Não pode mudar a cota da barragem, ou seja, sua altura; assim como a energia assegurada.
Por ora, o grupo Odebrecht-Furnas não tem o que fazer na prática, porque qualquer contestação na Aneel só é possível depois que o consórcio vencedor entregar seu projeto, e o prazo para isso é janeiro. Mas certamente essa história ainda terá novos capítulos, afinal são muitos bilhões no negócio.
Enquanto a polêmica se dava entre os construtores, outra hidrelétrica amazônica era razão de conflito. Em plena audiência pública, um engenheiro da Eletrobrás foi atacado a facão por um índio. A inaceitável atitude aconteceu em torno de uma das mais polêmicas obras programadas na região: a hidrelétrica de Belo Monte, antiga Kararaô.
Essa usina começou a ser pensada nos anos 70. Na década seguinte, Eletronorte e Camargo Corrêa iniciaram os estudos de viabilidade dela e da usina de Babaquara. Babaquara foi logo abandonada; quem conhece o projeto diz que ele era “horroroso” do ponto de vista da inundação e Belo Monte não ficava atrás. Inicialmente, ela secava uma enorme parte do leito do rio. Hoje está sendo concluído o inventário do Rio Xingu. Há a opção de fazer só Belo Monte ou também outras quatro usinas. Kelman garante que, em nenhuma das duas hipóteses, serão inundadas terras indígenas. Pelo projeto atual o alagamento é de 400 km·, 10% do lago de Sobradinho.
Paulo Adário, do Greenpeace, é contra grandes obras na Amazônia e está assustado as novidades:
– Minha sensação é que, em pouco mais de uma semana, mudei de planeta. Estávamos falando de desenvolvimento com sustentabilidade, preocupação com a floresta e, de repente, mudou tudo.
Os conflitos vão continuar e o grande dilema é: o país precisa de mais energia, mas tem também que preservar a floresta.
Fontes - http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/3/14/o-tabu-das-hidreletricas-na-amazonia
http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2011/02/23/hidreletricas-do-rio-madeira-puxam-desmatamento-na-amazonia/
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI197705-15223,00.html
Revista Veja - edição 2118.
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